Desenhos

11.10.06

Texto 1

O passo era trôpego, a camisa vinha suja e o olhar se perdia na insanidade, seu delírio rasgava a calçada em violentos berros.

Tinha descoberto... Tinha percebido tudo. Todos o enganaram de ninguém eram verdadeiros os gestos de amor e atenção.

Tudo, tudo uma grande conspiração. Sem chefes... Sem cabeças... Sem cunhões que pudesse chutar.

Tudo. Tudo era mentira tudo que lhe disseram, todos que se aproximaram, tudo que acreditou, tudo que sonhou era mentira, mas ainda assim isso não o derrubava. Ele berrava aos quatro cantos, provocava, mas nada respondia, nada o afrontava ou o vencia.

Tudo se fazia para lhe mostrar sua fraqueza, tudo se fazia para lhe torturar a carne da alma. Ser abjeto e vil, ser sozinho e superior.

Estás só!!! Condenado a eternidade da tua solidão.

Um comentário:

Anônimo disse...

Eduardo, qual é a sua opinião da atual Bienal de Artes Plásticas de SP?