Desenhos

5.11.06

Sem título


















“Como não haveria de ser eu um

Lobo da Estepe e um mísero
eremita em meio de um mundo
de cujos objetivos não compartilho,
cuja alegria não me diz respeito!
Não consigo permanecer por muito
tempo num teatro ou num cinema.
Mal posso ler um jornal, raramente
leio livros modernos. Não sei que
prazeres e alegrias levam as pessoas
a trens e hotéis superlotados, aos
bares abarrotados, com sua música
sufocante e vulgar, aos bares e
espetáculos de variedades, às Feiras
Mundiais, aso Corsos. Não entendo
nem compartilho essas alegrias,
embora estejam ao meu alcance,
pelas quais milhares de outros
anseiam.”

“Sou na verdade o Lobo da Estepe,
como digo tantas vezes - aquele
animal extraviado que não encontra
abrigo nem alegria nem alimento
num mundo que lhe é estranho e
incompreensível.”

“Volta ao todo, anulação do
dolorosa individualidade, chegar
a ser Deus, quer dizer: Ter dilatado
a alma de tal forma que se torne
possível voltar a conter novamente
o todo.”

“ Um homem capaz de compreender
Buda, um homem que tem noção
dos céus e dos abismos da
natureza humana, não deveria
viver num meio em que domina
o senso comum, a democracia e a
educação burguesa. Só por covardia
continua a viver nele, e quando
suas dimensões o oprimem, quando
a estreita cela do burguês se torn
a demasiado apertada, ele atribui isto
ao “lobo” e não quer aperceber-se
de que as vezes o lobo é a sua
parte melhor.”

H.H.

Imagem: Eduardo Souza

Um comentário:

Gell disse...

Muito Linda!
Nem sei o que dizer!