Desenhos

21.11.06

O homem que não dormia














No telhado os sons habituais da noite, nem sempre identificáveis enchiam a imaginação. Pensamentos fugazes e a constante e invariável inquietação a arder eram as companhias do ranger da cadeira velha de madeira que balançava impaciente. Ele permanecia por horas daquela forma todas as noites contemplando o espetáculo das réstias de luzes na escuridão, sentindo a umidade da noite e saboreando sua xícara mais do que seu conteúdo.

Era difícil admitir, lidar e ainda continuar a abrir os olhos todos os dias, talvez por isso não podia dormir. Muitas outras coisas seriam mais fáceis, mas ele não podia faze-las, estava paralisado, sentia que podia ser diferente, mas ele era ele e então tudo seguia o mesmo.

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